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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Palestinos acusam Israel de romper trégua com morte de criança em Gaza

Ataque atingiu campo de refugiados a oeste de Gaza; 30 ficaram feridos.
Trégua anunciada por Israel começou às 4h do horário de Brasília.

Do G1, em São Paulo
Soldados israelenses caminham pela fronteira com a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (4) (Foto: AFP PHOTO / JACK GUEZ)Soldados israelenses caminham pela fronteira com a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (4) (Foto: AFP PHOTO / JACK GUEZ)


Palestinos acusaram Israel de quebrar um cessar-fogo estabelecido nesta segunda-feira (4) pelo próprio governo israelense ao realizar um ataque sobre um campo de refugiados na cidade de Gaza que matou uma menina palestina de 8 anos e deixou outras 30 pessoas feridas, segundo a Reuters.
Os serviços responsabilizam a aviação israelense de promover o ataque contra uma casa do campo de refugiados de Shati. No entanto, a autoria do ataque não foi reivindicada.
Segundo Ashraf al Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde na faixa, o ataque aconteceu minutos depois das 10h (horário local, 4h de Brasília), hora na qual Israel disse que tinha suspendido suas atividades ofensivas na faixa durante sete horas.
O ataque atingiu a casa da família Bakri, onde morreu uma das filhas e outras 30 pessoas ficaram feridas, pelo que foram levadas ao hospital Shifa.
Uma hora depois, também houve um ataque contra uma casa no campo de Nusseirat, no coração de Gaza, onde houve um número indeterminado de feridos, segundo o  porta-voz.
Na madrugada desta segunda (noite de domingo no Brasil), o exército de Israel havia anunciado um cessar-fogo de 7 horas nos ataques na maior parte da Faixa de Gaza, com excessão para a região de Rafah, no sul de Gaza, onde o exército israelense disse que continuaria operando.
O objetivo da trégua, que foi anunciada para ocorrer entre 10h e 17h desta segunda (4h às 11h pelo horário de Brasília), seria o de facilitar a entrada de ajuda humanitária e deixar que palestinos retornem às suas casas.
O chefe de operações militares israelenses na Cisjordânia ocupada e em Gaza, general Yoav Mordechai, alertou em um comunicado que "se a trégua for violada, o Exército responderá com disparos contra a origem dos ataques palestinos".
O anúncio foi recebido com desconfiança pelo grupo islamita Hamas, que controla Gaza, e foi feito após a incomum repreensão dos Estados Unidos em decorrência do aparente ataque israelense no domingo a um abrigo administrado pela ONU, que matou 10 pessoas.
Ataque a escola no domingo
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse neste domingo (3) que o novo ataque a uma escola das Nações Unidas em Gaza é um “ultraje moral e um ato criminoso”, e exigiu que os responsáveis pela “grave violação do direito internacional humanitário” sejam responsabilizados.
O exército israelense admitiu ter disparado contra alvos perto da escola da ONU em Rafah: "O exército israelense disparou contra três terroristas da Jihad Islâmica que estavam em uma moto perto da escola da ONU em Rafah. As forças de defesa de Israel examinam as consequências (do disparo)", afirma o comunicado.
A escola da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) servia de abrigo para mais de 3 mil palestinos que deixaram suas casas durante os combates com Israel.
Também apelou às partes para que "cessem imediatamente a luta e voltem ao caminho da paz".
Chris Gunness, porta-voz da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNWRA), afirmou que a escola abrigava milhares de deslocados palestinos internos pela operação de Israel na Faixa de Gaza que pretende destruir as infraestruturas do Hamas.

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