A NOVA CONJUNTURA POLÍTICA
Do jornalista Josias de Souza, após o debate dos presidenciáveis no SBT:
Se as ruas disseram alguma coisa para Lula e Dilma foi que a democracia, tratada pelo petismo como estorvo para um governo definitivo, deveria voltar a funcionar como corretivo para a falibilidade humana. Agora, ao elevar a estatura de Marina, o eleitorado informa a FHC e ao tucanato que talvez prefira pratos limpos e uma refeição nova.
O debate promovido por UOL, Folha, SBT e Jovem Pan serviu para potencializar a nova conjuntura. Ela traz duas novidades extraordinárias: 1) quem dita o ritmo da eleição é o eleitorado, não os marqueteiros. 2) a sucessão perdeu aquele ar de mera formalidade convocada para renovar o mandato de uma candidata imbatível. Quem quiser a poltrona de presidente terá de guerrear.
Até Marina, que parece obter votos por geração espontânea, levou à vitrine um programa de governo, expondo suas ideias, contradições e inconsistências. Aécio promete divulgar o seu na semana que vem. E Dilma talvez perceba que não basta “desconstruir” a nova rival. É preciso construir-se a si própria.
No debate, a pretexto de fustigar Marina, Dilma realçou a “governabilidade” de que dispõe a sua administração. E disse recear que um eventual governo de sua rival, sem uma base partidária no Congresso, resulte em “crise institucional”. Ficou evidente que a ficha da candidata de Lula ainda não caiu. Todos os países são difíceis de governar. Mas só o Brasil, com sua governabilidade de resultado$, tornou-se inadministrável.
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