Como uma Caixa de Pandora destampada, do saco do ‘ajuste’ não para de sair maldades. O fim das desonerações na folha de pagamento – uma medida provavelmente até necessária — foi a última delas. Na mesma semana se anunciou o reajuste de mais de 20% nas contas de luz.
O resultado é que (quase) todos ficaram contra Dilma. Por ironia do destino, os poucos que vem a público, via imprensa, falar bem das medidas são justamente aqueles que apostaram no clima anti-Dilma durante a campanha eleitoral: o chamado “mercado”. Se há alguém de fato otimista no Brasil, são os credores da dívida pública – é para eles que o ‘ajuste’ é feito. Para que a dívida pública brasileira, que consome algo como 10 Programas Bolsa Família/ano, continue pagável. Para quem lucra com a dívida e com os juros, está ótimo, é para isso que serve o superávit primário e o “fazer a lição de casa”.
De resto, vai se armando uma coalizão social contrária a Dilma que passou a reunir os empresários da FIESP (mordidos com o fim das desonerações), os sindicalistas da CUT (preocupados com a restrição no acesso a direitos trabalhistas como o seguro-desemprego), para não falar de todo o povo das redes sociais que pede o impeachment.
Tudo isso vem se refletindo no crescimento da impopularidade de Dilma apontado por pesquisas e também nas ruas, aonde se protestará contra tudo e todos nos próximos dias 13 e 15 de março. Nesses termos os caminhoneiros em greve formaram uma espécie de vanguarda do que virá por aí: cada grupo organizado pressionando o governo com o que tem a mãos para pagar o mínimo possível do custo do ajuste. A categoria não conseguiu baixar o preço do diesel, mas levou em troca uma lei e promessas futuras.
Nessas horas quem grita mais, pode mais. Já a turma dos bancos não precisa gritar: basta um arquear de sobrancelhas.
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