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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Delegados da Polícia Civil dizem estar sendo obrigados a fazer "plantões clandestinos"


Delegados da Polícia Civil de Pernambuco denunciaram, em coletiva na manhã desta quinta-feira (30), coação por parte da chefia da PCPE para que os profissionais cumpram plantões "clandestinos". Segundo a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), cerca de 40 delegados e 80 municípios devem ser afetados, já que os profissionais têm que se afastar de onde estão lotados para cumprir os plantões em outras cidades.

"São plantões do interior que não são criados por lei e dependia da voluntariedade dos delegados; ninguém aguenta trabalhar 28 horas seguidas", afirma o presidente da Adeppe, Francisco Rodrigues. A Adeppe alega que quem não trabalhou nessas condições no mês de julho receberá desconto no salário. O contracheque, no entanto, só estará disponível no dia 6 de agosto.

A associação entrou com uma ação na segunda-feira (27) na Vara da Fazenda Pública do Recife questionando quais profissionais sofrerão desconto e o motivo. O Governo do Estado recebeu prazo de 72h para se pronunciar.

A Adeppe argumenta que, com os delegados fora de suas delegacias, as metas de prisões são mais cobradas do que a investigação, considerada por ela a função mais importante da Polícia Civil.

Segundo a vice-presidente da associação, Sylvana Lelis, falta investigação para prender os líderes das grandes quadrilhas, o que acaba fazendo com que os profissionais prendam criminosos considerados de "baixa periculosidade" para bater as metas. "Elas entram no presídio e saem com pós-graduação [no crime]", afirma.

Ao todo, são 411 delegados no Estado para atender a 260 delegacias. De acordo com a Adeppe, há erros de distribuição, que fazem com que os "plantões fictícios" se façam necessários. Ainda segundo a associação, apenas 8 plantões estão previstos em lei em Pernambuco: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru e Petrolina.

NE 10

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