O governador de Pernambuco Paulo Câmara quer esconder da população os dados da violência, e mostrar apenas dados positivos
Policiais militares estão proibidos de postar fotos de ações em suas redes sociais particulares e de concederem entrevistas sobre ocorrências ou 'fatos de natureza negativa' em Pernambuco
O Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco publicou, na última terça-feira (24), uma portaria normativa que proíbe os integrantes da corporação fazerem divulgação de imagens de suspeitos em ocorrências policiais em redes sociais. "As imagens a serem fornecidas devem mostrar, apenas, o material apreendido durante a ação policial militar, com respectivo banner institucional, e o local do fato a ser noticiado", diz o texto. As fotos, no entanto, não podem ser compartilhadas em redes sociais particulares dos militares.
Entrevistas sobre ocorrências ou "fatos noticiosos de natureza negativa" também estão vetadas. Segundo o texto publicado no site da corporação, a partir de agora a responsabilidade de divulgar as informações passa a ser da 5ª Seção do Estado-Maior Geral, De acordo com a portaria, ocorrências ou fatos policiais militares negativos "são aqueles que repercutem na sociedade como vexatórios, escandalosos ou que denigrem a atividade policial militar e os seus integrantes".
Segundo a publicação, os comandantes de Organizações Militares Estaduais, subordinados à 5ª Seção, estão autorizados a fornecer apenas informações jornalísticas “sobre ocorrências policiais positivas e neutras”.
A determinação tem sido criticada pelo presidente da Associação de Praças dos Policias e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra), José Roberto Vieira. Ele afirma que a norma fere princípios constitucionais.
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