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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A RAZÃO OCUPA O LUGAR DA EMOÇÃO

Pesquisas qualitativas realizadas pelo PTB de Armando Monteiro detectaram desde a semana passada que o efeito da comoção causada pela morte de Eduardo Campos no eleitorado pernambucano tinha passado. Hoje a experiente jornalista Tereza Cruvinel, escrevendo sobre a campanha de presidente, credita a queda de Marina Silva a “dissipação da onda emotiva provocada pela morte insólita do ex-governador”.

Nesta reta final de campanha, tanto no âmbito nacional quanto estadual, deve prevalecer a razão. Afinal de contas vamos eleger o presidente e os governadores de Estado para um mandato de quatro anos e se cometermos um erro teremos de esperar até 2018 visando corrigi-lo.

Na eleição de presidente Dilma tem algumas vantagens sobre Marina e Aécio Neves: maior tempo na televisão e a máquina do Governo Federal. Como bem observou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recentemente, é um poder que não se pode desprezar.

Caso venha o provável segundo turno, contudo, a disputa poderá ficar imprevisível. Marina (que hoje tem mais chances do que Aécio de passar a fase seguinte do processo eleitoral) terá o mesmo tempo de sua adversária Dilma e aí a vitória de uma ou de outra irá depender muito dos marqueteiros e do comportamento de cada candidata. Nos programas eleitorais do rádio e TV, nos debates, nas entrevistas, na campanha de rua. A petista se atropela com as palavras quando fala, é verdade, mas a socialista tem se revelado ainda mais frágil em seu discurso, principalmente porque pegou a mania de mudar de ideia de uma hora para outra, passando insegurança no seu projeto político. Se corrigir isso no segundo turno poderá emplacar, caso contrário a governista será reeleita.

No plano estadual o senador Armando Monteiro tem sido um gigante, pois está nitidamente em desvantagem desde que Paulo Câmara deu um pulo nas pesquisas de opinião pública. Com pouco tempo na televisão, menor número de partidos, deputados e prefeitos a apoiar sua candidatura só mesmo sua história de vida e a postura do candidato explicam sua resistência, chegando na reta final a apenas quatro pontos do adversário. Mas significativo ainda é que tenha crescido três pontos no Ibope enquanto o socialista ficou na mesma.

Armando tem menos poder de fogo para vencer a eleição: precisa se vincular cada vez mais a Dilma e a Lula, torcendo para que a presidente continue crescendo na preferência popular, como vem acontecendo. E necessita ter um desempenho muito superior a Paulo Câmara no debate da Globo para deixar o eleitorado convencido de que é o melhor para Pernambuco.

O socialista tem o seu exército e seus trunfos: mais prefeitos, partidos, candidatos, militância e recursos. Mas se não afinar o discurso e gaguejar na reta final, principalmente nos debates da TV Clube e Globo, poderá entregar uma eleição que esteve ganha. (Imagem: Diário de Pernambuco).

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