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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

BLOG DO MAGNO: Esfria relação do PT com PTB em Pernambuco.


Com a consolidação do crescimento da vantagem do candidato ao Palácio das Princesas Paulo Câmara (PSB-PE), a relação entre seus adversários Armando Monteiro (PTB) e João Paulo Lima (PT) não anda muito bem, segundo a colunista Mel Bleil Gallo, no blog Poder Online.

Diz a colunista que, nos bastidores, tanto apoiadores como adversários comentam que os dois aliados – candidatos a governador e a senador pela mesma coligação – têm se afastado nos últimos dias, por divergências na condução da campanha.

''Começou a pesar também o fato de que o crescimento do PSB começou a afetar o ex-prefeito João Paulo, até então favorito na disputa ao Senado, contra Fernando Bezerra Coelho. Atualmente, os dois aparecem com apenas 6% de diferença nas intenções de voto de acordo com pesquisa do Ibope divulgada na última terça-feira.''
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AGORA COMIGO: Perfis diferentes, este é e sempre será um problema para a união entre PT e PTB. Não é que um esteja certo e outro errado, é uma questão de formação de cada partido e condução política. O PT vem da classe trabalhadora, é um partido que busca o debate interno. O PTB, diferentemente, tem em Pernambuco, a representatividade das entidades patronais, principalmente indústria e comércio, portanto, uma forma diferente de ver o mundo. Dá pra unir? Talvez dê, mas alguns indícios mostram as dificuldades.

Este debate de luta de classes é secular, por vezes envelhecido, mas sempre volta à tona. Dilma usa sempre. Quando acusa Marina de estar com os banqueiros, é discurso classista.

Em alguns momento esta união até deu certo, mas em situações contrárias, quando José Alencar foi vice de Lula, por exemplo. O mineiro sabia da sua importância, mas não tinha participação direta no governo. Oferecia a estabilidade de sua presença aos olhos da economia do país. Michel Temer não representa a classe econômica como fazia Alencar, o vice-presidente é representante do PMDB, maior partido fisiologista do Brasil, e por isto dá sustentação ao governo petista no Congresso Nacional.

A união em Pernambuco foi conjuntural. O PT depois da tragédia eleitoral no Recife ficou sem nomes consistentes para uma campanha estadual. Lembrem que Humberto ficou em terceiro lugar na campanha de prefeito, com João Paulo na vice. A campanha ainda detonou nomes como João da Costa e Maurício Rands.
A alternativa era unir com Armando Monteiro, que já tinha estrutura, dinheiro, apoios, pré-campanha e nome colocado em todo o estado, mas mesmo assim, o diretório estadual do PT sofreu resistência interna. O PT tem vocação para o protagonismo. Por isto, haverá naturalmente este embate de forças.

E acho que mesmo com as diferenças de momento, geradas pelos rompimentos eleitorais, o PT e o PSB ainda têm mais traços semelhantes entre si, que o PTB de Roberto Jefferson, em nível nacional (que aliás foi para o palanque de Aécio) e de Armando Monteiro, em Pernambuco.

Se o PT tivesse candidatura própria, a campanha ia pro segundo turno. Muita gente defendia isso. Teria Dilma e Lula em seu palanque. Caminhava para ser o próprio João Paulo.

O jornalista Cláudio Humberto publicou em sua coluna em vários jornais do país, no último sábado, que o PT nacional diminui o apoio a Armando Monteiro para não melindrar os eleitores de Eduardo Campos. É claro que a campanha mais importante para o PT é a de presidente, e num desafio com Marina no segundo turno, os petistas não vão querer enfrentar a ira dos socialistas, pelo contrário, querem e precisam de votos no berço do partido, Pernambuco.

Cláudio Humberto já havia afirmado também que o PT já dava como certa a derrota de Armando, e que o objetivo agora era tentar fazer João Paulo senador, já que ainda mantinha a frente contra Fernando Bezerra. Imagine notícias assim nos bastidores de uma campanha em curso.

Vejam que são vários olhares, de diferentes ângulos, de vários jornalistas, e que apontam o distanciamento do PT e o PTB em Pernambuco.

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