“Cenário atual está mais para um filme de terror”, diz Jarbas em discurso de despedida do Senado
“A política perdeu com a degradação dos governos do PT, que deixou de lado a ética que professava quando estava na oposição para lutar pela permanência no poder usando todas as armas que estiverem ao seu alcance.” Foi o que disse, nesta segunda-feira (1º), o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB), em seu discurso de despedida da Casa. O ex-governador de Pernambuco foi eleito deputado federal e assumirá no dia 1º de fevereiro.
Na sua fala, Jarbas, que, ao contrário da posição nacional do seu partido, fez campanha em Pernambuco para as chapas socialistas e depois para Aécio Neves (PSDB), afirmou que o “cenário atual está mais para um filme de terror, daquele no qual o monstro mata todos os mocinhos”, criticando escândalos de corrupção como o mensalão. Embora tenha sido julgado, com 25 condenados, a condução e o desfecho do caso foram criticados pelo parlamentar. “O crime parece que realmente compensa”, alfinetou.
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Jarbas usou um dos principais assuntos discutidos nessas eleições para criticar mais o PT: a reforma política. O parlamentar afirmou que o modelo de plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff (PT) tenta esvaziar a representatividade do Congresso e pretende implantar o modelo “bolivariano”.
Na sua defesa do tema, relembrou o seu primeiro discurso no Senado, em 2007, em que diz que o assunto é considerado prioritário. Entre os eixos defendidos, estão a adoção da fidelidade partidária, o financiamento público das campanhas eleitorais e o fim das coligações proporcionais.
Apesar de afirmar que houve avanços sociais nos governos do ex-presidente Lula (PT), acusou Dilma de concluir o seu primeiro mandato com retrocesso. “Não vou fazer como o PT que evita reconhecer as conquistas dos governantes que o precederam na Presidência da República. É fato que o Governo Lula trouxe avanços na distribuição de renda, mas isso só foi possível porque ele encontrou a casa arrumada, com a moeda estabilizada, o sistema financeiro organizado e a Lei de Responsabilidade Fiscal pondo regras claras para a gestão dos recursos públicos. Mas também é fato que o Brasil de dezembro de 2014 é pior do que o Brasil de dezembro de 2010″, disse.
No caminho dos discursos do seu aliado Aécio Neves durante a campanha, Jarbas afirmou que o PT faz terrorismo com o Bolsa Família. Para eles, as últimas campanhas do partido têm usado o programa de distribuição de renda para conseguir votos, alegando que o fim do governo petista representaria o término do projeto. “Se a gente for para a ponta do lápis, descobrirá que, a partir de tudo que o Governo afirma, o Nordeste continua recebendo menos recursos do que deveria”, disse ainda.
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